Segundo dia de ensaio prático.
Forcei um pouco mais os meninos..mais exaustão.Cada vez percebo que me interesso muito nesse corpo em risco, esse corpo que pode quebrar, danificar, parece que a atenção, o risco gera um estado que eu me interesso.Ver os meninos nessa situação em instiga bastante. Por incrivel que pareça, já no segundo site eles demonstraram um entrosamento muito forte, e uma disponibilidade para se arriscar.
O experimento:
Pedi a cada um que trouxesse uma comida, bebida e um óleo de corpo.Foram varias opções, Sundown, Oleo de Laranja, Bolo, biscoito, uva, melão, doce de leite, entre muitas opções. Alem dessa opção, eu levei duas garrafas de vinho. No primeiro momento, cada um faria um trabalho de olhos fechados, sentindo os volumes do corpo, o cheiro, o sabor. Depois de um tempo improvisando, ainda de olhos fechados, eles deveriam buscar outros corpos pelo espaço, e realizar a mesma proposta, o volume, o cheiro e o sabor. Ao longo do exercício, ia oferecendo vinho a cada um deles, com algumas comidas, cheiros, estimulando-os sensorialmente. Me surpreendeu a desinibição de permitir ser tocado e a coragem em tocar. Percebi que não houve pudor, e a sensação de estar do lado de fora como um voyeur, me colocou numa zona de ansiedade. O meu corpo em risco ao observar aquilo que poderia ir pra qualquer lugar ou mesmo a me envolver. A utilização dos alimentos cria uma imagem maravilhosa a meu ver..Me instiga, e me envolve a mistura dos corpos com a comida. Um momento muito especial foi quando as atrizes ou performers, realizaram um encontro sensual com o corpo semi-nú e molhado..O tocar dos corpos, a proximidade delas era uma sensação quase sexual sem pornografia. Ensaio gratificante e excitante.Ja não sei aonde esse banquete levará.
Um avanço em relação ao ensaio anterior: nos improvisos mais livres, se apropriando do material. Uma coisa importante é sempre voltar a algo. Daí insisto na questáo do texto. eles sempre podem voltar para o texto, que eles leram, e náo o que você contou para eles. E lendo o texto, seus sentidos se ampliam, como novas referências, umas mesmas que você não relatou. Ok?
ResponderExcluirO banquete esta sendo um divisor na minha vida como artista,estou percebendo que podemos quebrar qualquer barreira, medo criado por nós mesmos, e principalmente revendo minha posição de limite como ator .
ResponderExcluirFico me perguntando : será que conheço mesmo meu limite ???
Conhecer o corpo do outro, ser cheirado, tudo isto e novo e bom. Participar de um ambiente sensual e não ter medo de perde o controle.resgatar o nosso poder de sedução, sentir seu corpo vibrar, como um vulcão em erupção.
Adrenalina tem todo o controle em cena.
O jogo de olhares, os objetos em cena, as frutas, tudo isto contribui para uma entrega neste trabalho.
Também tenho me questinado sobre o sentimento amor.
Que venha o próximo ensaio .( Leandro Rocon )
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNesta segunda aula sinti como se estivesse no Alice do País das Maravilhas, só que o meu mundo neste dia foi o "Mundo das Sensações".
ResponderExcluirO engraçado é que este mundo das sensações já é intrínsico ao homem mas eu, como diria Chico Buarque estava "preocupado em nascer e morrer" e me esqueci completamente de sentir.
Então este ensaio já quebrou uma barreira em mim, fiquei fascinado com o fluir das experimentações pois do ficar de olhos fechados já passamos para sentir o outro, sentir o gosto do vinho e das comidas sem pausas ou grandes angústias.
Voltei ao mundo real, mas com algumas mudanças no meu corpo e na minha mente.
Fiquei super ansioso pelo próximo ensaio!