sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Ensaio 6

O último ensaio foi o momento mais forte de experimentação.Poucas palavras ao chegar e já nos entregamos à pesquisa.A partir de rolinhos e apoios no chão, os performer´s começaram a explorar todo o espaço da sala movendo-se, chegando a uma exaustão. Permaneceram 30 minutos em atividade intensa, sem pausa, nem descanso. O objetivo era inseri-los num estado performativo a partir do cansaço do corpo, onde as defesas começam a cair e o corpo a reagir psicofisicamente, novas aberturas criativas. Após um ápice na exaustão, o grupo foi ao oposto, a câmera lenta e o controle muscular. Nesse momento da retenção de energia, o grupo permaneceu 20 minutos, reagindo positivamente a estímulos que iam surgindo. Após a exaustão pedi a dois performers que se posicionassem de pé abraçados. A tempos queria testar uma imagem de nudez. Uma das performers ia despindo os dois abraçados. A imagem da roupa sendo tirada não foi interessante, mas os dois corpos nus abraçados tinham um impacto maravilhoso, indo de uma admiração das curvas à anulação do corpo. A medida do tempo, os outros performers iam se despindo e se unindo a esse abraço. Mais uma vez a imagem era impactante com o abraço coletivo. Aos poucos o grupo foi buscando chão, e num movimento de passar entre o corpo do outro, iam transformando-se em massa humana, bem interessante também o corpo disforme. Após a experimentação do nu, discutimos o procedimento que teve opiniões diversas, uns se sentiram “estuprados”, outros a vontade, outros libertos. Após a discussão, caa integrante apresentou sua cena. Pude finalmente conferir o “vômito” em cena. Um dos intérpretes realizando sua cena, envolvido com o alimento e sua textura nojenta acabou por vomitar em cena, o que gerou uma imagem também interessante para se abordar. Cada vez mais me interessa essa visão sado masoquista, fetichista e subordinada, porém, a visão nuvem também me ronda enquanto composição coreográfica. O que será ao final? Uma incógnita...

Um comentário:

  1. Expomos aquele tipo de amor que fica escondido na cabeça de todas as pessoas incluindo crentes e padres, mas por ser considerado "sujo" pela sociedade ele fica escondido entre as quatro paredes de um motel. a igreja e a sociedade instituiu que existem amores mais e menos pecaminosos, e isso chega a ser engraçado. Porque o sexo "papai e mamãe" é mais aceito que o fetiche? É tudo amor, sexo e orgia basta ter imaginação e não se render ao que os outros pensam e isso já e bastante difícil.

    João Miguel Gonzaga

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